ACENDENDO AS LUZES: POR UMA POLÍTICA DE PREVENÇÃO DE DROGAS NAS ESCOLAS

 

 

Ângela Viana Machado Fernandes

Professora Doutora junto ao Departamento de Ciências da Educação.

Faculdade de Ciências e Letras, UNESP- Campus de Araraquara.

 

 

I-INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Os anos 90 nos levaram a um acúmulo de desencantos tanto públicos como privados. O crescimento de portadores do HIV+, o consumo alarmante de drogas e suas conseqüências tem levado diferentes profissionais a buscar as causas e soluções ao seu enfrentamento. Justificar as causas da adicção às drogas ou o aumento da AIDS no indivíduo e na desestruturação familiar, com uma conotação moralista e repressiva, tem solidificado a inércia quanto à políticas sociais e investimentos do Estado nesta questão cujo problema maior está na própria sociedade.

O Brasil de hoje caracteriza-se pelo aprofundamento das crises sociais decorrentes de uma política neoliberal cuja conseqüência maior é a miséria absoluta de boa parte da população, cujos indivíduos tem como profissão "ser desempregado". Somado a isto, a crise dos valores faz parte da sociedade na qual "quem não rouba é bobo" e "quem rouba, mas faz", são introjetados e vistos como naturais por boa parte da população.

O privatismo civil, a violência urbana, o desemprego estrutural, tem levado cada um a cuidar de si, provocando uma nova arquitetura do isolamento e do sigilo. Condomínios fechados, muros cada vez mais altos, seguranças particulares, carros blindados e códigos e mais códigos secretos. Tudo e todos passam a ser vistos como ameaça em um mundo no qual a palavra de ordem é a concorrência desenfreada.

A sociedade brasileira, avessa as crises e contradições inerentes a ela, prefere encontrar culpados para sua instabilidade. O adicto, o HIV+, devem ser tratados como indivíduos a serem excluídos. São os bandidos, os imorais que não fazem parte de uma sociedade que quer manter as aparências de sua cordialidade e respeito.

A crise de valores repercute em todas as instâncias e camadas sociais no qual o mundo da verdade da mentira e o bem e o mal foram subvertidos. Todos querem fazer a justiça com as próprias mãos em uma sociedade que sente-se totalmente desprotegida e fragilizada. Vivemos um momento no qual não encontramos critérios seguros frente ao inusitado dos acontecimentos que rompem todos os valores até então tidos como verdadeiros.

Ao sujeito isolado, em seus conflitos internos nada mais resta que consumir. O imediatismo provocado pela tecnologia, o descartável, os objetos de desejo (tênis Reebok, calças Lewis, bonés importados, computadores cada vez mais sofisticados, jogos eletrônicos que provocam "viagens"). O velho discurso da sociedade de consumo retorna sob o falso pretexto da Globalização. O cidadão portador de direitos e deveres passa para cidadão consumidor, desde que possa comprar. E, os que não tem acesso, são violentados pela propaganda que garante a felicidade através dos objetos de consumo, e então nada mais lhes resta que roubar. Compra-se educação, saúde, moradia, segurança, falsas promessas de felicidade.

E é esta sociedade da qual somos cúmplices, em que o Ter substituiu o Ser. Qual o caminho que podemos propor as novas gerações? Quais podem ser suas bandeiras de luta, se nosso desencanto faz com repitamos "chavões" como "este país não tem jeito mesmo" e presenteamos nossos filhos com computadores para que naveguem em um mar virtual e não lidem com a realidade? Estes são os filhos de lares com computadores, geladeiras, microondas, máquinas e mais máquinas, congelados, empregados, etc. E os filhos das ruas? Estes que volta e meia são levados à FEBEM, aprendem um pouco mais sobre como lidar com a malandragem e voltam para a rua. Pois é nesta sociedade que cresce a cada dia o uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas, adolescentes grávidas e o número de HIVs +.

Para Kalina (1999:178), os mutantes, ou seja os drogaditos que vivem em um processo cultural de robotização e os significados sócio-político-econômicos desta problemática do ser humano tornaram-se moda. Inclusive o narcotráfico adquiriu outras dimensões e o ofício de narcotraficante passou a ser um recurso novo no mundo do trabalho. Para os grandes banqueiros e financistas da máfia existe um aparato de propaganda e de proteção que os torna invulneráveis, e até admiráveis em um mundo onde a riqueza é fonte de poder.

O autor, afirma ainda, que a utilização da droga vem sedar os jovens para que adaptem-se a um mundo que pouco tem a oferecer. Ele a tem utilizado não só para mascarar este mundo através da ilusão mas como uma finalidade sociopolítica. A conquista da China se fez com o ópio, na guerra do Vietnã foi um recurso utilizado como regulador. A conquista da maior parte dos países subdesenvolvidos continua senso feita com o álcool e a pobreza. Nos anos 1960 as mudanças reivindicadas pelos jovens, principalmente nos países líderes do mundo como França e Estados Unidos, surge a arma da droga, como resposta alternativa de controle e anulação deste processo. O uso abusivo da droga não foi um fenômeno libertário juvenil espontâneo como parte de busca de mudanças, mas um instrumento sutilmente induzido entre os jovens para escravizá-los. Com a chegada das drogas as Universidades acabaram-se as rebeliões. Woodstock foi a mais importante experiência massiva que já se fez para provar o poder demolidor da droga como sedativo numa multidão de jovens. Este festival, tão excentricamente idealizado, no qual mais de 100 mil pessoas conviveram, escutando, dançando e cantando rock durante três dias, foi sustentado por um fornecimento permanente de drogas, especialmente a maconha, por parte dos guardas encarregados pela segurança. Ao mesmo tempo, a maconha foi utilizada como instrumento político, no Chile, para aniquilar a juventude que apoiava Allende (Kalina, 1999:180)

As políticas que visam o combate ao tráfico e traficante tem surtido pouco efeito, já que o universo milionário que envolve seu consumo atrai grupos poderosos, cujos interesses são manter seus rendimentos através de pequenos traficantes, os quais, encontram na sua venda uma forma de sobrevivência. Invadir morros, lotar cadeias, matar alguns, tem sido uma das formas das quais as autoridades querem prestar contas à sociedade que desacredita em qualquer manifestação que tenha como objetivo atacar este problema de frente. Afinal, quem ganha com o tráfico de drogas? Policiais, deputados, senadores corruptos, empresários são apontados a todo momento pela mídia através das CPIs como responsáveis pelo aumento do tráfico no Brasil. Sabemos que nosso país é o centro no qual são distribuídas as drogas ilícitas para o mercado internacional. A política americana de intervenção na Colômbia, cuja justificativa maior é acabar com o narcotráfico na região será executada ainda no início deste ano.

Entretanto, embora as operações militares do Plano Colômbia, assim intitulado pelo Ministro de defesa dos Estados Unidos tenham objetivos, enquanto discurso, erradicar as plantações de coca e as guerrilhas na região, segundo Arbex (Revista Caros Amigos, ano IV, n° 44, novembro de 2000).

Se Washington quisesse mesmo acabar com o tráfico, ou pelo menos golpeá-lo seriamente, bastaria proibir que as empresas americanas continuassem exportando, para a Colômbia, éter, ácido sulfúrico, acetona e outros produtos necessários à produção da cocaína. Ou bastaria que os recursos empregados no Plano Colômbia (algo em torno de 7,5 bilhões de dólares, dos quais US$ 1,3 bilhão emprestados por Bill Clinton) fossem destinados ao pagamento de camponeses que aceitassem substituir suas plantações de coca por milho, café, feijão e mandioca, ganhando o mesmo que ganhariam se vendessem quantidade equivalente de coca.

Segundo o articulista, as experiências deste tipo já tiveram sucesso em algumas áreas do Equador e Peru. Porém a Colômbia, além de petróleo é um dos países mais ricos em reservas naturais da Amazônia, só perde para o Brasil, em termos de biodiversidade. Qual seria, então a questão principal do Plano Colômbia, se a maior potência do mundo justifica sua interferência neste país com bandeira de combate as drogas?

Parece que o problema do narcotráfico é um "buraco sem fundo", e nós "simples mortais" necessitamos urgentemente buscar saídas para que possamos prevenir nossos filhos quanto aos seus efeitos.

Não podemos, também, atribuir a utilização abusiva das drogas só a questões ideológicas, pois existem outras vertentes que devem ser analisadas. Discutir e propor uma política de prevenção às drogas deve levar em conta além dos aspectos societários, o contexto familiar, e o usuário dependente químico.

A dependência química é uma doença física e emocional reconhecida pela Organização Mundial da Saúde e codificada no Código Internacional de Doenças sob o n° 304.8-2. Esta doença, além de ser incurável é progressiva e fatal, devido ao abuso de drogas que alteram o humor psíquico como, dentre outras, o álcool, hipnóticos, barbitúricos, tranqüilizantes, anfetamina, maconha, cocaína, heroína, morfina, LSD, crack e outras.

As estatísticas da utilização das drogas em um levantamento feito pelo CEBRID- Centro Brasileiro sobre Drogas Psicotrópicas realizado em dez capitais brasileiras entre estudantes do ensino fundamental e médio de 1987 a 1997 apresentam alguns dados relevantes. O ÁLCOOL, droga lícita parece a que menos preocupa as autoridades e familiares, entretanto seu uso e abuso é um dos mais preocupantes na sociedade brasileira. Segundo o CEBRID(1997:5), no Brasil o álcool é responsável por mais de 90% das internações hospitalares por dependência, além de aparecer em 70% dos laudos cadavéricos das mortes violentas, porém nem mesmo o padrão de consumo da população geral é conhecido. Sabe-se apenas por meio da literatura internacional que entre 10-12% da população mundial é dependente do álcool. Seguramente é a droga que mais traz danos à sociedade.

A MACONHA, tem sido alvo de grandes polêmicas sobre sua liberação no Brasil. Entretanto, o número de usuários que passam da maconha para outras drogas mais potentes, tem aumentado dia a dia.

No levantamento de 1997, um dado que chama bastante a atenção, é que pela primeira vez em 10 anos, a maconha ultrapassa os solventes como a droga de maior uso na vida. A comparação dos quatro levantamentos mostrou que o uso freqüente (uso de seis vezes ou mais no mês) e o uso pesado (uso de vinte vezes ou mais no mês) cresceram de maneira estatisticamente significante.(CEBRID, 1997:6)

Os SOLVENTES, ou inalantes como esmaltes, cola de sapateiro, corretivos de tinta, fluídos de isqueiro, lança-perfume, etc., são experimentados em idades muito precoces, por volta dos 11 anos de idade. A facilidade da aquisição possibilita seu uso prematuramente. Assim, segundo o CEBRID(1997:6) 43,3% dos estudantes responderam que tinham em casa e 38,0% conseguiram com amigos. O local de uso foi na própria casa para 52,5% daqueles que experimentaram estas substâncias.

A COCAÍNA E O CRACK , vem se popularizando entre os estudantes do ensino fundamental e médio. De cada dez pacientes que são atendidos em clínicas e consultórios particulares que dão atendimento ao problema da drogadição, oito são dependentes do crack. Incluem-se nesta estatística uma clientela de alto poder aquisitivo. Na Divisão de Prevenção e Educação do Denac, Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de São Paulo, são atendidos uma média de 40 a 50 usuários por dia. Desses, 80% são viciados em crack. A compulsão para o uso de crack, é muito mais forte que a cocaína injetada ou aspirada. É a droga mais preocupante na atualidade, pois provoca uma rápida dependência e a idade de suas vítimas, 60% dos usuários tem entre 12 e 20 anos e 40% entre 20 e 30 (Jornal O Imparcial- Votuporanga-18/09/2000).

O TABACO, ainda é usado precocemente na vida dos estudantes das escolas públicas, em média 10-12 anos cerca de 11,6% já fizeram uso desta substância. Entretanto as campanhas preventivas tem surtido algum efeito, pois o índice de seu consumo tem diminuído consideravelmente.

Os ALUCINÓGENOS, como o LSD, chá de cogumelo, e mescalina, muito utilizados nas décadas de 60/70, retornam e observa-se um aumento do seu uso, de 1,0% a 1,7%. São drogas que podem desencadear quadros psicóticos crônicos.

Estes são alguns exemplos das drogas mais utilizadas, entretanto surgem o Ecztazy, em geral, usado em festas, a Merla, os Ansiolíticos, Anfetamínicos, Barbituricos, os Opiácidos e Xaropes e outros que surgem no intuito de aumentar a rentabilidade do tráfico e envolver cada vez mais jovens e adolescentes em um mundo irreal, no qual as frustrações são substituídas pelo prazer imediato das drogas.

A família, segundo o modelo tradicional, ainda é o núcleo básico da sociedade e que dá bases de sustentação e estruturação do ser humano. É nela que os valores básicos éticos e morais deveriam ser assimilados para que o indivíduo viesse conviver dentro das normas da sociedade em que está inserido. No final dos anos 1980 e início dos 1990 começou-se a falar de uma nova composição ou reengenharia familiar dado aos novos tipos de casamentos ou associações conjugais. O crescimento dos divórcios veio estabelecer uma estrutura na qual os filhos passaram a conviver não só com os pais, mas namorados dos mesmos e seus filhos, outros irmãos nascidos destas relações, enfim foram criados novos parentescos que substituiu a família ocidental. Dentro desta perspectiva outros conflitos surgiram, principalmente nos jovens e adolescentes. A insegurança natural que precede a idade adulta e os questionamentos a ela inerentes, sempre fez parte da natureza humana, entretanto dada as condições sociais e familiares da sociedade atual os conflitos internos do adolescente acirraram-se cada vez mais. É na passagem da infância para a adolescência que o indivíduo começa a socializar seus problemas. O conflito entre não ser mais criança e nem adulto leva-o a buscar a segurança perdida. É o momento de estruturar sua identidade e afastar-se da família, buscando no grupo valores para ser aceito. E é nesta busca incompreendida que maioria dos jovens conhece as drogas.

As famílias dos jovens dependentes são tão doentes quanto seus filhos. Ela é co-geradora da adicção ou codepentente.

A codependência pode ser definida como uma adicção a pessoas, comportamentos ou coisas. Codependência é a ilusão de tentar controlar os sentimentos interiores através do controle de pessoas, coisas e acontecimentos exteriores. A palavra codependência significa literalmente dependente com. As famílias de um dependente químico nem sequer imaginam que possam ser facilitadoras do uso de drogas por seu familiar doente.

Em geral a família de um codependente vem de uma família também desestruturada e disfuncional. A família disfuncional não necessita, em geral, possuir um dependente químico, existem outros tipos de dependências, ou seja, ser escravo de: trabalho, comida e qualquer distúrbio compulsivo. Filhos de pais codependentes tendem a assumir papéis e estereótipos dentro da família para sua própria sobrevivência. Muitos pais, ou esposas de alcoólatras, entram em depressão assim que seus parentes recuperam-se.

Enfim, além da doença familiar, existem outros dados que afetam o contexto no qual ela vive. A insegurança quanto ao desemprego, o medo a violência, valores éticos desfeitos, etc., levam pais ou a super-protegerem seus filhos, ou a abandoná-los, substituindo o amor e atenção, por objetos de consumo que amenizem a culpa da não participação constante na vida dos filhos. Em relação a Aids, embora as estatísticas demonstrem uma diminuição no número de homossexuais atingidos pela doença, a mesma vem se propagando entre casais heterossexuais e em jovens dependentes químicos através de troca de seringas. Alguns municípios já adotaram uma política de distribuição de seringas descartáveis gratuitas, conforme a experiência em outros países.

Segundo Santos(1999:216), Estima-se que, a cada ano, um contingente de 4 milhões de jovens tornam-se sexualmente ativos no Brasil. O início precoce, 14 anos para homens e 15 para mulheres pode ser considerado um agravante para o comportamento de risco frente o HIV. A gravidez e a maternidade precoce são os principais fatores de evasão escolar entre as adolescentes ou jovens entre 15 e 19 anos. Quanto à distribuição dos casos de Aids, no período de 1982 a 1999, o maior número de casos, para os grupos de 13 a 19 e 20 a 24 anos, encontra-se no usuário de drogas injetáveis.

A autora comenta ainda, que o uso abusivo de drogas ilícitas ou lícitas como o álcool, facilita a adoção de práticas sexuais desprotegidas e com muitos parceiros. Os adolescentes, embora aparentem auto-suficiência, necessitam obter informações que o auxiliem em comportamentos que previnam a infecção do HIV e do uso abusivo das drogas.

Santos (1999:219) afirma que a limitada informação sobre sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, Aids e drogas contribui para a vulnerabilidade dos jovens. Portanto, é na educação que identificamos a forma mais eficaz de controle da epidemia, particularmente na juventude.

Algumas ações de prevenção têm sido desenvolvidas tanto por com a participação de setores governamentais como organizações não governamentais, sistematizadas no documento Sexualidade, Prevenção das DST/Aids e Uso indevido de Drogas- Diretrizes para o trabalho com crianças e adolescentes ( Ministério da Saúde-1999), cujos princípios baseiam-se em: promoção da educação sexual nos processos formais e informais de ensino, considerando os aspectos psico-afetivos, biológicos e socioculturais, e as relações de gênero, respeitando-se as etnias e orientações sexuais, tendo como objetivo a construção da cidadania; garantia de acesso e permanência na escola, que é o espaço privilegiado de construção e socialização do saber, promoção da participação e integração da família e da comunidade no processo educativo; garantia de acesso aos processos de promoção de saúde, prevenção, assistência médica e social; respeito aos direitos fundamentais do adolescente definidos na Constituição Federal e Estatuto da Criança e do Adolescente; a prevenção das drogas e o tratamento do usuário devem ser prioritários em relação a repressão ao uso; a classificação das drogas lícitas e ilícitas não deve ser utilizada como critério discriminatório para a definição de prioridades nas ações de prevenção; promoção do protagonismo dos adolescentes e jovens nas ações de prevenção; na capacitação de recursos humanos, as especificidades regionais devem ser respeitadas, valorizando-se as informações epidemiológicas. A formação dos profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social deve contemplar sua atuação na área de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, Aids e drogas (Santos, 1999:220).

Nas escolas, a questão da sexualidade ainda parece ser um tabu. Adolescentes grávidas acabam por abandoná-la. Professores amedrontados com a violência ali instalada, tentam dar uma aula em classes superlotadas, nas quais o que observa-se é pouco interesse dos alunos pelo currículo trabalhado. Diretores, equipes técnicas e professores desencantados, preferem fechar os olhos ao que acontece no interior da unidade escolar. Para eles a saída da crise deve vir do Estado e o Estado, por sua vez, aponta os professores e sua má formação como um dos maiores problemas a ser enfrentado na educação brasileira.

O quadro é caótico. Boa parte das escolas enfrentam gangues com alunos armados, traficantes em seu interior, uma indisciplina assustadora, e uma violência física e verbal a todos que não aceitam as regras estabelecidas pelos grupos que dominam seu espaço. Professores são agredidos ora fisicamente, ora verbalmente e chegam a ter carros depredados se recusam-se a seguir os mandos e desmandos de alunos que tornaram a "velha instituição de ensino" em um local inviável para o estudo.

Nas escolas privadas, embora a violência não apresente-se desta forma, o uso de drogas faz-se presente tanto quanto nas escolas públicas. As rixas pessoais são resolvidas externamente na qual colegas são agredidos e alguns chegam até a morte.

Diante disto, coloca-se que é dever da família educar seus filhos, depois a escola e finalmente o Estado. As pesquisas tem demonstrado que jovens e adolescentes usuários de drogas podem tanto ser de famílias estruturadas e com poder aquisitivo razoável, como de famílias cujos pais são alcoólatras que batem e abandonam os filhos e que vivem, muitas vezes com um salário mínimo. A pergunta que se coloca é a quem cabe educar e prevenir estes jovens e adolescentes contra o abuso de drogas, álcool, sexo sem preservativo, etc. ?

Uma política de prevenção de drogas e Aids nas escolas deve ter como prioridade a formação contínua dos professores e o envolvimento da família no esclarecimento das conseqüências do uso abusivo de drogas e como encaminhar seus filhos para um tratamento adequado.

São poucos os professores que tem as reais informações sobre as características de um usuário de drogas, e isto contribui para repressão e exclusão do mesmo do ambiente escolar. A repressão policial, utilizada em muitas escolas, em nada contribui para o equacionamento do problema. Existe, atualmente um programa denominado PROERD (Programa Educacional de resistência às drogas e à violência), desenvolvido pela Polícia Militar dentro das escolas que tem como modelo o programa americano D.A R.E. (Drug Abuse Resistence Education) criado em 1983 em Los Angeles. Seu objetivo é educar crianças em seu habitat, a escola com auxílio de policiais fardados e professores.

Este programa foi reestruturado e está sendo desenvolvido em algumas escolas do estado de São Paulo e outros estados. Muitas questões podem ser levantadas sobre este tipo de trabalho preventivo. Primeiro, mais uma vez nos apoiamos no modelo americano, no qual a figura do policial tem uma outra conotação, segundo, a realidade enfrentada nas escolas brasileiras é muito diferente da americana, terceiro, a polícia aqui, ainda é sinônimo de repressão e em sua maioria não está preparada para atuar com crianças e jovens dentro da escola.

O cotidiano escolar exige que o trabalho seja desenvolvido conjuntamente, e é esta a nova proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais. As disciplinas devem ser trabalhadas interdisciplinarmente propiciando que projetos coletivos possam atuar nas diversas áreas. Os problemas que advém do consumo de drogas dentro das escolas deve ser tratado de forma a encaminhar o jovem dependente não à polícia, que provavelmente o encaminhará para a FEBEM, mas de forma a propiciar o tratamento e futura reinserção do mesmo na sociedade.

As políticas educacionais devem levar em conta que a formação dos professores nesta área é essencial, e para tal devem, possibilitar que os horários dos cursos sejam dados no período de trabalho dos mesmos, para que não provoque desânimo ou descrédito nos docentes.

Em relação à família é fundamental que estes aproximem-se da escola enquanto espaço de discussão, na qual não terão só deveres a cumprir, mas um espaço de construção de uma vida melhor aos seus filhos.

Ao jovem e adolescente, cabe a nós desmistificarmos o slogan de que são “aborrecentes” e não jovens que vivem suas angústias tanto pelas mudanças físicas como psicológicas, e que os questionamentos e críticas podem ser direcionados de forma positiva e criativa. Desenvolver no jovem uma reflexão crítica de compreensão de si mesmo e do mundo no qual está inserido. A partir desta análise ferramentas educacionais podem ser construídas para facilitar ao adolescente mudanças de atitude, que o tornará mais confiante em suas escolhas, nos conhecimentos que possui passando a viver com maior responsabilidade. Desenvolver a auto-estima do adolescente parece ser crucial. Só através da segurança em suas atitudes pessoais, poderá conviver com grupos diferentes, sem que tenha que segui-los para auto afirmar-se. A participação nas decisões tomadas na escola, um tratamento que não exclua os diferentes, mas que aponte as suas possibilidades individuais pode levá-lo não só a respeitar o próximo, como as regras estabelecidas na instituição escolar.

A escola precisa inserir-se no meio no qual está localizada, considerar suas peculiaridades e abrir espaços para que os jovens e adolescentes possam construir uma realidade melhor. As possibilidades criativas do adolescente são inúmeras, porém precisam ser canalizadas através de projetos pedagógicos conjuntos que favoreçam uma relação de confiança entre o professor e aluno. A prevenção parece ser a única saída, já que a luta contra o narcotráfico tornou-se inviável. Neste sentido a sociedade civil articulada pode criar mecanismos que atraiam os jovens para projetos no qual sintam-se participantes e construtores de uma sociedade mais justa e igualitária. Venho desenvolvendo na UNESP, Campus de Araraquara, na área de Educação, desde 1986, projetos ligados a políticas educacionais. No ano passado dois alunos de mestrado defenderam suas dissertações em áreas como as causas da Violência nas Escolas no município de Bauru e outra sobre as conseqüências do Trabalho Infantil na colheita da laranja na região de Itápolis (SP). Como pano de fundo, a categoria trabalhada refere-se a questão da cidadania, ou dos direitos e deveres dos indivíduos.

Os direitos assegurados nas leis de educação e saúde aos jovens em idade escolar não tem sido atendidos pelos órgãos competentes e a sociedade civil começa a articular-se nas próprias comunidades, ONGs, grupos de auto-ajuda, etc., na tentativa de amenizar os problemas sofridos pelos jovens que em si são conseqüentes da desvalorização dos mesmos pela própria sociedade. Trabalhar com direitos e deveres tem sido meu ponto de apoio para análise das últimas pesquisas que venho desenvolvendo na qual esta deverá incluir-se.

A prevenção de drogas nas séries do ensino fundamental pode resultar em uma diminuição do seu uso nas Universidades, bem como abrir perspectivas para os jovens que a ela chegam. O uso de drogas lícitas e ilícitas dentro das Universidades públicas e privadas tem sido apontado como um problema a ser trabalhado, entretanto poucas pesquisas se remetem a esta temática, já que os jovens universitários, em geral, já tornaram-se dependentes. A falta de uma política concreta dentro das escolas que mobilize educadores e pais parece ser uma alternativa para o seu recrudescimento no futuro.

II- DELIMITAÇÃO DO TEMA

O papel da escola, bem como da família parece ser fundamental para a prevenção de drogas, entretanto para que possa ser bem sucedida necessita encontrar receptividade na população que queremos atingir.

A intervenção dentro da escola deve ser clara sobre os objetivos a serem atingidos levando em conta a clientela, suas características e o contexto sociocultural dos indivíduos. Na medida em que a utilização da droga está diretamente ligada ao prazer, a transgressão, a falta de auto estima, etc, faz-se necessário rever as motivações dos usuários, já que o consumo de drogas é muito mais complexo do que podemos imaginar.

Uma revisão dos valores transmitidos pela família, escola e sociedade aos jovens é necessário para que haja uma valorização da vida, ou seja deve ser feito uma avaliação destes valores de forma que as críticas aos apelos da sociedade moderna sejam feitos, mas que não parem por aí, para que novos valores entrem em cena, resgatando o ser humano como produtor da sua história. Valores éticos e morais como: respeito aos outro a si mesmo e ao meio ambiente, cidadania, cooperação, verdade, honestidade, disciplina, responsabilidade, justiça, etc.

Entretanto, como afirma Bucher (1992:143), não se trata simplesmente de condenar a sociedade moderna, pela falta de valores humanos em sua orquestração funcional. Opondo-se a uma "bondade da natureza", incorporando-se no risco de um dualismo estéril, com conceituações em preto e branco bem ao estilo de maniqueísmos que mal escondem seus propósitos moralistas e ideológicos. Se é importante manter uma postura crítica diante da sociedade moderna, dos seus desmandos e abusos quanto ao humano do homem, esta postura deve ser realista e construtivista, ao invés de entregar-se a lamúrias sobre as perdas sofridas.

Prevenir ou antecipar-se à utilização de drogas pelos jovens no âmbito educacional significa possibilitar que professores, famílias e alunos conscientizem-se quanto as pressões exercidas pela sociedade e reflitam criticamente sobre elas de forma a tornarem-se responsáveis pelas mudanças que daí devem advir.

Existe, portanto, uma necessidade premente de valorizar a pessoa humana e a vida. Se a utilização e abuso de drogas está ligado ao prazer imediato faz-se necessário que possamos propor alternativas de formas saudáveis de prazer, valorizando o corpo físico e mental sem a autodestruição conseqüente. A abordagem repressiva ou a "pedagogia do terror" não tem surtido qualquer efeito junto aos jovens, por isto é importante que a educação resgate seu lado humanístico, não isolado da vida social, no qual as reflexões éticas sejam retomadas em que as informações sobre o uso indevido de drogas não tornem-se meramente científicas mas que possibilitem a escolha por uma qualidade de vida melhor.

Para que esta prevenção possa ocorrer, família e professores tem que estar em um clima de confiança e de troca de informações que possibilitarão ações conjuntas na educação de seus alunos e filhos. Paralelamente os professores serão os responsáveis, dentro da escola por proporcionar reflexões junto aos alunos de forma que possam enfrentar as situações conflitantes inerentes a adolescência e a sociedade moderna.

A proposta desta pesquisa é a de sensibilizar, informar e formar professores e pais sobre ações preventivas no uso de drogas nas escolas. A sensibilização é fundamental para que reflitam e venham a aderir ao objetivo proposto. Nesta etapa, a discussão de valores fundamentais a formação humana é necessária. Informar sobre drogas e as conseqüências de sua utilização. Formar dentro da escola e dos núcleos familiares através da sensibilização novos comportamentos que venham a ajudar o adolescente em sua luta interna contra o uso de drogas.

III- OBJETIVOS DA PESQUISA

Informar professores e pais sobre os diferentes tipos de drogas lícitas e ilícitas utilizadas pelos jovens e suas conseqüências;

Discutir e refletir junto a professores e pais de duas escolas no município de Araraquara de quintas a oitavas séries do ensino fundamental formas de prevenção do uso de drogas na escola;

Analisar os valores transmitidos tanto nas escolas como no universo familiar de forma a encontrar uma linguagem comum de atuação;

Avaliar o resultado deste tipo de intervenção nas escolas enquanto produção do conhecimento.

IV- METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada será de pesquisa-ação já que a proposta "envolve o estabelecimento de uma série de ações que devem ser planejadas e executadas pelos participantes e devem ser sistematicamente submetidas a observação, reflexão e mudança" (André 1995:32). A importância em se avaliar academicamente este tipo de metodologia me parece importante, pois outros tipos de trabalho preventivos na área de saúde, em campanhas publicitárias, não diminuíram as estatísticas quanto a utilização de drogas lícitas e ilícitas pelos jovens. A educação e reflexão permanente de professores e pais de forma a rever seus valores e comportamentos junto aos seus alunos e adolescentes pode ser um instrumento de crítica à sua própria atuação e a sociedade em geral.

A princípio serão utilizadas como objeto de estudo, duas escolas do município de Araraquara, uma pública e outra privada, no intuito de avaliar tanto o envolvimento de pais e professores na educação dos jovens, como os valores ali veiculados. As classes a serem trabalhadas serão do ensino fundamental de 5° a 8 ° série, as quais incluem alunos, que segundo as estatísticas, iniciam-se no mundo das drogas.

A partir de algumas palestras realizadas pelo COMEN- Conselho Municipal de Entorpecentes do Município de Araraquara, do qual faço parte, algumas escolas manifestaram interesse em participar de um projeto preventivo. Dentre elas, as duas escolhidas foram as que mais receptividade tiveram por parte dos professores, já que em sua maioria considera que este seja um problema do Conselho Tutelar, dos pais ou da própria polícia. Portanto o entendimento de que sem uma ação conjunta, pais e professores, os efeitos serão inócuos, as duas escolas, uma mais periférica (estadual) e outra central (privada) solicitaram um apoio com relação a um trabalho preventivo, dado ao desconhecimento dos efeitos das drogas propriamente ditos e o aumento da violência em suas escolas.

Em um primeiro momento serão feitas palestras sobre os diferentes tipos de drogas lícitas e ilícitas no intuito de informar pais e professores sobre suas características e conseqüências na vida do indivíduo; palestras sobre a mudança de comportamento que advém da dependência química; palestras sobre a importância da família e tomada de consciência de sua responsabilidade na educação dos filhos; palestras sobre o papel do professor na prevenção e direcionamento de dependentes químicos.

A cada reunião, se necessário será feita uma palestra por um profissional qualificado e em seguida discutidos os pontos relevantes. Serão feitas discussões sobre temas específicos, como por exemplo, características de comportamento de jovens já usuários, a conseqüente agressividade, papel da família em colocar limites; as diferenças entre limites e repressão, entre outras. Nas reuniões, os temas abordados deverão ser anotados e cada pai ou professor deverá fazer uma proposta de atuação durante a semana em relação ao jovem, trazendo seu resultado para o grupo na semana seguinte. As dificuldades deverão ser discutidas em conjunto na busca de uma alternativa aos problemas apresentados.

O que nos interessa é que as atitudes dos professores, de valorização do adolescente, venham a fazer parte da conduta em todas as disciplinas, é a interdisciplinaridade que deve estar contida no projeto pedagógico da escola.

Faz-se, portanto, necessário que haja uma sensibilização por parte dos professores e pais de que a dependência química é considerada uma doença, portanto deve ser tratada de forma a não confundir os comportamentos de um toxico-dependente como sendo "pura malandragem" ou "vadiagem" e que necessita tratamento e não encarceramento.

Para que este projeto possa avançar serão propostos textos para discussão e reflexão que enfoquem diferentes temáticas sobre valores que possam provocar nos pais e professores uma revisão de suas atitudes.

O trabalho de sensibilização junto aos pais e professores necessita que haja uma compreensão de que escola e comunidade devem trabalhar juntos e que está proposta só terá efeito se as atitudes junto aos jovens forem também comuns.

Numa perspectiva instrumental estes procedimentos visam resgatar as discussões públicas, no sentido de Hannah Arendt (1974), no qual os homens podem se reconhecer compartilhando um destino comum um espaço de ação e opinião no qual a pluralidade de opiniões confere certeza ao que existe. A capacidade de ver as coisas não apenas do próprio ponto de vista, permite aos homens se orientar no domínio público.

O diálogo é pois fundamental para que o espaço privado não seja a única referência e a medida de julgamento dos indivíduos, pois a perda do mundo comum, dos valores, constrói homens desprovidos de responsabilidade perante o mundo no qual o outro pouco importa. As reuniões e discussões junto a pais e professores serão semanais, nas quais discutiremos não só as formas de prevenção, como as atitudes tomadas pelos pais e professores, como também os problemas enfrentados e as soluções que podem ser adotadas.

Na perspectiva da pesquisa, poderemos analisar a validade do instrumento enquanto mecanismo de prevenção do uso de drogas nas escolas.

 

V- BIBLIOGRAFIA GERAL

AQUINO, J. G.(Org.)- Drogas na Escola. Alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998.

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VI- CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades 1°trimestre 2°trimestre 3°trimestre 4°trimestre 5°trimestre 6°trimestre 7°trimestre 8°trimestre palestras X X X 

Discussões de textos selecionados X X X

Propostas de atuação e avaliação X X X X X X X

Reuniões semanais X X X X X X X X

Avaliação do projeto e relatório X X

Profa. Dra. Angela Viana Machado Fernandes