Acervo - Projeto CRIF na íntegra...

I. CARACTERIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA
O setor de saúde mental do NASF correspondendo a preocupação e à necessidade de proporcionar atenção integral a saúde dos funcionários/usuários da UNIFESP/HSP estabeleceu como uma das ações do seu trabalho a atenção aos filhos e dependentes destes usuários com idade até onze anos.

A família sendo objeto de muitas preocupações por parte de seus funcionários, necessita ser cuidada e assistida, a criação de um espaço para reflexões, discussões, troca de experiências, propiciam, a compreensão da dinâmica e das relações pessoais e familiares. Permitindo, uma maior adequação e satisfação das relações intra e interpessoal.

A atenção à criança perpassa por questões muito significativas, pois estas permeiam um grande número de situações nas quais estão diretamente implicados, pais, educadores, médicos, psicólogos etc...

A educação e formação do individuo como um ser subjetivo, capaz de estabelecer sua transformação como um ser participativo e importante na sociedade, só se torna possível à medida que são oferecidos recursos para possibilitar este desenvolvimento. Temos como objetivo primordial, além da produção de saúde também proporcionar meios eficazes de participação através de diferentes formas de interação na vida em família nas relações pais e filhos como também nas relações e diversos contatos sociais nos quais a criança participa e interage ativamente.

A personalidade de uma criança é estabelecida a partir dos modelos primários, pai e mãe. É evidente que cada um destes pares tem em sua formação, sua própria subjetividade, que interfere e modifica estas experiências de vida. Desde a concepção, o nascimento, o primeiro ano de vida, etc.pais, mães, irmãos enfim a família passa por alterações emocionais significativas e que influenciam diretamente em sua dinâmica.

O inicio do processo escolar, exemplo destas alterações, proporciona a socialização da criança e lhe coloca em contato com outros modelos. Através da entrada na escola, das novas relações de amizades, da ampliação de seus conhecimentos, muitas transformações são vividas no mundo interno e externo, aspectos estes importantes para que haja a consolidação do crescimento biológico e psíquico.

No entanto, não é tarefa muito fácil nem para os pais nem para a criança o enfrentamento destas mudanças. Pois, as mesmas não ocorrem somente na relação com o mundo externo, mas também através das relações introjetadas que estariam então determinando sua organização estrutural e evolutiva. Diante destes espaços vividos por ambos e em constantes mutações é que se estabelecem os conflitos, pois estes, estão permeadas pelas dificuldades e angustias de cada individuo. Portanto, é extremamente significativo que diante de uma proposta de trabalho psicológico, tanto a clínica como outras intervenções façam parte da ampliação e da atenção dada ao funcionário/usuário.

A clínica ampliada atende a esta expectativa; trabalhar por vários dispositivos possibilitar a vivência da criança através de outros vínculos, para sua descoberta pessoal, a possibilidade dos pais serem amparados em suas angustias, vivenciar sua relação com a criança de outras formas, possibilitar uma “escuta” e um “olhar” diferenciado do habitual, a reflexão de suas expectativas e frustrações, contempla a necessidade de proporcionar uma atenção integral a dificuldades muito singulares de cada um dos familiares e crianças.

Seria oportuno aqui, apropriarmos de um termo da teoria psicanalítica, descrito por Bion(1961) “continente-contido” onde ele aponta para a importância da capacidade da mãe em acolher as angustias do filho estando atenta e tolerante e transmitindo segurança, de que ela é capaz de conter estas aflições, que estas não lhe destruíram. Isto permitira que o filho internalize que o que sente não é destruidor nem catastrófico, conquistando assim, a força interna e conseqüentemente seu bem-estar para o enfrentamento das situações vividas.

Diante destas perspectivas o setor de Saúde Mental do Nasf propõe espaços que contenham as necessidades e desejos de seus funcionários/usuários, para proporcionar o bem-estar e a produção de saúde, extremamente relevante para aqueles que diretamente ou indiretamente cuidam da saúde.

O setor de Saúde Mental busca estas possibilidades através da proposta de ampliação de sua atenção partindo do âmbito da clínica para ações sociais e integradora das crianças e seus familiares.

II. OBJETIVOS:

Possibilitar o contato dos pais ou responsáveis com suas crianças através de atividades construtivas, integradoras, cooperativas, envolvendo não só pais, como também irmãos e/ou familiares em contato com a criança.
Promover a expressão de idéias no contato com outras crianças e na participação de atividades que tenham com objetivo a expressão artística em varias modalidades (pintura, desenho, modelagem, esculturas, dança etc..)
Promover um espaço para a troca de idéias e experiências vivenciadas pelos pais e ou responsáveis pelas crianças, através de varias atividades e dinâmicas grupais.
Promover um espaço para que as mães gestantes e pós-parto, possam falar de sua experiência de suas expectativas e fantasias diante da gestação e do após nascimento.
Propiciar a participação de outros profissionais pediatras, fonoaudiólogos, nutricionistas para um encontro com pais, de acordo com seus desejos e interesses.
Contribuir com o cuidado e acolhimento da demanda psicoterapica e ou psicopedagogica, no encaminhamento e acompanhamento das necessidades da família e da criança.

III. PROJETOS PROPOSTOS:

Atendimento psicoterápico às crianças filhos de funcionários ou seus dependentes.
Estímulo à Aprendizagem, através da criação do Centro de Estímulo à aprendizagem às crianças filhos de funcionários e seus dependentes.
Oficinas de criação com a participação de familiares.
Grupo de orientação de Pais e ou responsáveis.
Grupo de Pais de crianças adotadas
Grupo de Gestantes
Espaço para biblioteca viva.
Trabalho com expressão corporal, através de danças, ginásticas etc..

IV. PROJETOS EM ANDAMENTOS:

Atendimento psicoterápico as crianças filhos e ou dependentes de funcionários.
Atendimento psicopedagogico as crianças filhos e ou dependentes de funcionários.
Oficinas de criação com a participação de familiares.
Exposição dos trabalhos realizados nestas oficinas.
Integração com o setor de especialidades médicas; pediatria, ginecologia para a participação e colaboração nos grupos propostos.

V. GESTÃO:
O setor de Saúde Mental tem uma coordenadora responsável por todas as atividades relacionadas às crianças, que estará em contato com os coordenadores das atividades que forem realizadas, e respondera a Coordenação Geral do Setor de Saúde Mental do Nasf, para discussão, avaliação e encaminhamento dos projetos.

VI. PARCERIAS:
Os parceiros para desenvolvimento destas atividades serão inicialmente os próprios funcionários do Nasf, e após a realização de alguns contatos todos os recursos que dispõe o próprio complexo UNIFES/HSP.

VII. COORDENAÇÃO:

Maria Cristina Surani Capobianco Coordenadora do Nasf/Saúde Mental/Pró-Qualidade de Vida
Regina Célia de Carvalho Saúde Mental – terapêuta responsável pelas atividades com crianças e pais.

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